MANAUS 353 ANOS

24 DE OUTUBRO

A região amazônica sempre foi reconhecida como estratégica, desde a chegada dos navegadores europeus na Amazônia até os dias atuais, tanto para resguardar a soberania nacional de uma área tão extensa quanto pelas riquezas existentes neste território. Fatores que foram determinantes para que Portugal procurasse estabelecer limites e guarnecer o território amazônida nas áreas administrativa, política e militar.

Várias iniciativas foram tomadas ao longo do tempo com vistas a proteger a Região. Por exemplo, no governo de Getúlio Vargas (1930-1945), tivemos a “Marcha para o Oeste” (em direção à Amazônia), sendo Vargas considerado por alguns historiadores como o primeiro presidente a enxergar a importância estratégica desta área tão rica. No Regime Militar também, a partir de 1964, houve a defesa de uma unificação nacional, com a proteção da Floresta como fator importante para a não ‘internacionalização’ da Amazônia. Tanto que o lema “Integrar para não Entregar” surgiu neste período também.

Apesar de tudo isso, infelizmente ainda hoje nossa Manaus e o Amazonas enfrentam o preconceito/desconhecimento de outras regiões do Brasil, que não sabem (ou não procuram saber) o valor, a potencialidade e as belezas que a capital amazonense possui. Na questão econômica, Manaus também passou por diversas fases. Com o surgimento da Revolução Industrial na Europa, o Amazonas foi um dos lugares que experimentaram um período de franca expansão, crescimento e prosperidade, época esta conhecida também como “Belle Époque” (de 1890 a 1920), resultante do Ciclo da Borracha, a partir do ano 1879. Mudanças como eletricidade, sistema de água encanada, esgotos, museus e cinemas, por exemplo, foram implantados em nossa terra, de acordo com o padrão europeu, a ponto de nossa capital ficar conhecida como a “Paris dos Trópicos”, em virtude de todo o requinte da arquitetura e construções. Um dos mais simbólicos monumentos oriundos da época é o Teatro Amazonas, até hoje uma parte viva da nossa história.

Depois do declínio do mercado gomífero, em 1967 surge uma nova oportunidade: a criação da Zona Franca de Manaus -modelo de desenvolvimento econômico que nasceu com o intuito de viabilizar uma base econômica na Amazônia Ocidental, preservando/conservando a Floresta, além de promover uma melhor integração produtiva e social dessa região com o restante do país. Todavia, a abertura comercial do Brasil na década de 1990 (que foi necessária) também trouxe abalos ao Polo de Manaus; além das recorrentes ameaças que o parque fabril amazonense sofre por meio de iniciativas (especialmente de parlamentares e empresários de outros Estados) que visam retirar as condições de vantagem garantidas pela Constituição Federal Brasileira de 1988 a este projeto exitoso. É importante frisar que o Modelo Zona Franca beneficia o Brasil como um todo.

Nossa cidade precisa superar muitos obstáculos, seja no âmbito social ou de infraestrutura. O nosso povo tem uma riqueza incomensurável, não só no que tange aos recursos naturais, mas especificamente ao bem mais precioso que possuímos: o nosso povo -caloroso, gentil, fraterno, hospitaleiro e batalhador. Manaus precisa dar um salto de qualidade que esteja à altura de todo o potencial que possui, buscando novas matrizes econômicas (além da Zona Franca de Manaus), com a valorização plena dos seus cidadãos, serviços de qualidade oferecidos a todos e uma batalha de grande significância que precisa ser vencida o mais urgente possível no que tange à Logística: a ligação do Estado do Amazonas ao resto do país por via terrestre. Manaus é uma cidade grande, em todos os sentidos; mas que ainda tem muito a alcançar para estar no patamar de destaque que merece!

Fonte: https://www.jcam.com.br/noticias/manaus-353-anos-de-historia-e-superacao/